Gosto de encontrar notas perdidas nos bolsos dos casacos de Inverno.
Gosto do queijo que fica crocante por sair para fora do pão das tostas mistas.
Gosto de receber telefonemas de outros fusos horários. Mesmo que implique um “ah, em Lisboa são três da manhã?”.
Gosto que a minha sobrinha ache que eu tenho cinco anos.
Gosto de comida de avião.
Gosto de ver o sol nascer na varanda do Lux.
Gosto da Ginjinha Sem Rival, mesmo com o chão a pegar à sola dos ténis.
Gosto de conversar com o Senhor Do Adeus.
Gosto de comer Bolas de Berlim na praia, mas só quando tenho sal do mar nas mãos para o sabor contrastar.
Gosto de ler um livro de um dia para o outro.
Gosto do som das janelas do Messenger.
Gosto da árvore que tem as raízes a entrar-me quase pela casa adentro e que me avisa sempre das estações do ano.
Gosto do cheiro do verniz das unhas.
Gosto de me lembrar de onde me comprei todos os meus livros.
Gosto de mostrar Lisboa a quem não é de cá.
Gosto de sair para um café rápido mas acabar a só voltar para casa muitas horas depois.
Gosto de me espreguiçar, mesmo em público.
Gosto de acordar cedo. Desde que não seja com despertador. E também gosto de me deitar tarde. O que não combina nada bem.
Gosto de entrar numa sala cinema à socapa, sem sequer saber que filme está lá dentro.
Gosto de ver as flash interviews no final de um jogo. Mais do que gosto de ver o jogo propriamente dito.
Gosto de plasticina.
Gosto de baterias. E de bateristas.
Gosto de surpresas debaixo da porta.