The cure for boredom is curiosity. There is no cure for curiosity.

26
Mai 10

publicado por Miss November às 14:41

19
Mai 10

O porquê de eu gostar tanto de Nova Iorque que chega a roçar o ridículo (e eu sou fenomenal a ser ridícula) terá que ficar para outro post. Hoje só aqui quis deixar este vídeo dos Improv Everywhere, filmado em plena biblioteca de NY. Na primeira vez que meti os pés em Manhattan, o autocarro de Newark deixou-me exactamente à porta deste mítico sítio. Lembro-me de olhar para os leões da entrada, reconhecer o cenário dos Ghostbusters, sentir uma alegria perfeitamente infantil e citar na minha cabeça um outro filme: "Toto, I've a feeling we're not in Kansas any more".

 

 

 

publicado por Miss November às 16:33

18
Mai 10

 

Uma das primeiras amigas que tive quando entrei para a escola primária era a Lena. “Leninha”, como todos os adultos lhe chamavam. A Leninha era filha única de uma professora lá do colégio. Foi criada num manto de protecção tão envolvente que acredito que se tenha tornado claustrofóbico – ao ponto de, anos mais tarde (quando o “inha” já não fazia sentido no nome) ter entrado em confronto com os pais. Mas quando tínhamos seis anos todas aquelas carradas de mimo pareciam ainda aceitáveis e até desejáveis.

A Leninha sofria, desde sempre, de asma. Foi a primeira pessoa que conheci com a doença. Uma das coisas que potenciava os ataques era o choro. Daí todos termos instruções muito precisas e inflexíveis: não se pode fazer a Leninha chorar. Não se pode contrariar, responder ou provocar. Não se pode dizer que se quer brincar com o mesmo Pequeno Pónei que ela, não se pode repreender por estar a puxar-nos o cabelo, não se pode dar uma resposta torta. Porque o resultado era, inevitavelmente, choradeira e consequente ataque de asma. E isso era uma coisa horrível, passível de nos pôr de castigo. Lembro-me que durante muitos anos, sempre que conhecia alguém com asma, estranhava como podia ter uma vida normal. Tinha ainda o papão de que era a doença mais incapacitante que existia.

Ultimamente, a imagem da Leninha tem-me vindo várias vezes à cabeça. Porque em pessoas que me são muito próximas paira semelhante bigorna: eu não posso responder ou confrontar, porque nunca se sabe se não vão ter uma reacção má. Deixa estar, não ligues, é mesmo assim, não digas nada que é pior. Pode haver um ataque de cólera, uma zanga, uma berraria, uma depressão ou um incómodo muito grande que só uma criatura sem sentimentos ou sem juízo poderia causar. Asma de espírito, é o que é.

 

Texto originalmente escrito em Maio de 2008 para o meu anterior blog. E continua a ser tão verdade, caramba.

publicado por Miss November às 16:57

17
Mai 10

 

Via Oddly Specific, um dos meus vícios diários.

publicado por Miss November às 19:43

publicado por Miss November às 14:06

16
Mai 10

publicado por Miss November às 14:39

 

publicado por Miss November às 14:35

Pediram-me para escolher o livro mais marcante da minha vida, para depois falar sobre ele durante um minuto para um programa de televisão. O desafio começou por bloquear os meus neurónios, que ultimamente andam especialmente birrentos  e com pouca vontade de lidar com palavras escritas e lidas (ah, tão bom que seria agora trocar o guionismo por um part time a embrulhar castiçais na Loja Do Gato Preto do Colombo). Mas, ao chegar finalmente à resposta, achei-a tão óbvia que foi irritante como não me chegou automaticamente num vigoroso sopapo.

Foi a minha irmã, nove anos mais velha que eu, quem me convenceu pela primeira vez a trazer da biblioteca de Sintra “A Causa Das Coisas” do Miguel Esteves Cardoso. Não me recordo ao certo de quantos anos é que eu tinha, mas sei que tinha largado a escola primária e os livros da Uma Aventura não há muito tempo. É agora penosamente óbvio que não percebi muita coisa, mas li o livro todo de uma penada e fiquei desde logo fascinada com a ironia, a atenção ao detalhe, o desplante e a capacidade de fazer das palavras plasticina. Reli o livro (assim como os outros compêndios de crónicas do MEC) várias vezes ao longo da vida, tendo em mim o impacto que noutras pessoas tem o (ai, a polémica…) sobrevalorizado “O Principezinho”: cada vez que dava com os olhos nas páginas, via aquilo de outra maneira. É o meu livro do fim da infância, da adolescência e da idade infelizmente adulta. E o livro que fez com que eu saiba há demasiados anos o que quero fazer com a minha vida. Pobre da minha mãezinha, que queria era que eu queimasse as pestanas em Direito e fosse juíza.

 

“Aos portugueses não basta o tédio, a melancolia, o fastio ou o spleen. Para nós, tudo isso é coisa pouca e passa com um copo ou oito. Em Portugal, inventámos uma via portuguesa para a depressão que se compõe de todas as mágoas internacionais (tédio + melancolia + fastio + fastio + spleen) acrescentadas das nossas especialidades caseiras, nomeadamente a saudade e o sebastianismo. A este coquetelho implosivo chamamos a Neura.

A  Neura da nossa terra nada tem a ver com neuroses, neurastenias e outros nomes de consultório que os médicos balbuciam enquanto receitam psicotrópicos de Câncer ou de Capricórnio, sempre conforme o signo do doente. A Neura não tem cura. E a Neura não tem cura porque não é grave. É, a um mesmo tempo, pesada e leviana.

Parece que uma manada de elefantes, desejosos de entrar para o Guiness, está empenhadíssima a tentar ver quantos paquidermes nos cabem na cabeça. Mas basta o fresco pio de uma andorinha para espantá-los todos dali para fora. Na Neura pode acabar a primavera só por se constipar uma andorinha. Mas recomeça só por ela deixar de fungar. Mesmo que, para isso, tenha pegado uma pneumonia a todos os pássaros de Portugal.”

publicado por Miss November às 14:15

13
Mai 10

publicado por Miss November às 12:35

11
Mai 10
 
publicado por Miss November às 23:17

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